A fauna existente na ilha da Madeira é extremamente rica em espécies exclusivas e endémicas. Os invertebrados, apesar de discretos apresentam grande diversidade associada a elevadas taxas de endemismos.
Só na Laurissilva é possível encontrar cerca de 500 espécies endémicas de invertebrados [1], distribuídas por moluscos, aracnídeos e insetos, sendo estes últimos, o grupo mais representativo quer em abundância quer em diversidade (cerca de 20% de um total de 3.000 espécies de insetos são endémicas). Ao nível da fauna malacológica (caracóis) existem aproximadamente 49 espécies conhecidas, dos quais 29 são endemismos madeirenses.
No que toca aos vertebrados, a avifauna é a mais representativa, com 20 espécies presentes na Laurissilva dos quais o Fura bardos (Accipiter nisus granti), Francelho (Falco tinnunculus canariensis), o Melro-preto (Turdus merula cabrerae), a Toutinegra (Sylvia atricapilla heinecken), e o Canário da terra (Serinus canaria canaria) são endemismos macaronésicos, e a Manta (Buteo buteo harterti), a Lavandeira (Motacilla cinerea schmitzi) e o Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis) são subespécies endémicas do arquipélago.
Merecendo especial destaque, o Pombo-trocaz (Columba trocaz) é a ave emblemática da Laurissilva e tem um papel fundamental na disseminação das sementes desta floresta, sendo considerado um dos exemplares mais antigos da avifauna macaronésica. Esta ave, tal como o Bis-Bis (Regulus madeirensis), que por sua vez é uma das aves mais pequenas da Europa, constituem as únicas espécies endémicas deste ecossistema.
Canário da Terra (Serinus canaria canaria).
Morcego da Madeira (Pipistrellus maderensis).
O elevado valor avifaunistico que a floresta Laurissilva representa fez com que fosse reconhecida pela Birdlife internctional como IBA (Important Bird Area).
Destaca-se igualmente uma espécie endémica de morcego que habita na Laurissilva, o Pipistrellus maderensis. Os répteis estão representados por quatro espécies de osgas, sendo a lagartixa-da-madeira (Teira dugesii) a espécie mais comum.
O Maciço Montanhoso Central detém uma elevada diversidade biológica, bem como é um local de extrema importância para a nidificação de uma das aves marinhas mais raras e ameaçadas do Mundo, a freira-da-madeira (Pterodroma madeira). Esta ave redescoberta em 1969 tem sido objeto de interesse por parte de ornitólogos locais e estrangeiros intensificando-se, a partir de 1986, ações de conservação da mesma.
Do ponto de vista faunístico a Reserva Marinha do Sítio da Rocha do Navio constitui um local de grande importância para nidificação de algumas espécies, nomeadamente aves marinhas pelágicas, como a Cagarra (Calonectris diomedea borealis), aves marinhas costeiras, como o garajau-comum (Sterna hirundo) e a gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis atlantis), bem como, espécie de aves que também ocorrem na Laurissilva e de que é exemplo o fura-bardos (Accipiter nisus granti, o tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis) e o bis-bis (Regulus ignicapillus maderensis), bem como a única ave de rapina noturna existente na ilha, a coruja-das-torres (Tyto alba schmitzi).
Quanto à fauna marinha, o mar da Rocha do Navio acolhe diversas espécies, algumas de grande interesse comercial como lapas (Patell piperata, Patella áspera e Patella candei), caramujos (Monodonta atrata e Gibbul spp.), sargo (Diplodus sargus), garoupa (Serranus atricauda) e bodião (Sparisoma cretense), como também peixes de grande porte, como o mero (Epinephelus marginatus), o bandejo (Mycteroperca fusca) e o peixe-cão (Pseudolepidaplous scrofa).
Esporadicamente, nestas águas podem ser avistados golfinhos (Tursiops trucatus), lobos-marinhos (Monachus monachus) e tartarugas-careta (Caretta carreta).
Garajau comum (Sterna hirundo).
Peixe-cão (Pseudolepidaplous scrofa).
Lobo marinho(Monachus monachus).
Referências
- [1] - Secretaria Regional do Ambiente (SRA), A floresta Laurissilva da Madeira – Património Natural, Funchal, 2004.
Outra referência consultada
- Silva, Joaquim Sande, Árvores e Florestas de Portugal – Madeira e Açores, Fundação Luso-Americana para o desenvolvimento, Lisboa, 2007.